Sobre Vilém Flusser Imprimir

Vilém Flusser nasceu em Praga, em 1920, e veio para o Brasil em 1941, fugindo com sua futura esposa e seus sogros do avanço das tropas de Hitler em Praga, que dizimou toda a sua família. Condição de exilado, que se reflete também no plano filosófico por toda a sua obra. Flusser fazia questão de afirmar que não tinha terra natal, apesar de sempre usar o passaporte brasileiro. Suas temáticas vão da teoria da linguagem verbal aos gestos humanos, passando por preocupações com o futuro da escrita e das comunicações. Mas é como teórico da mídia que ficou conhecido em todo o mundo, principalmente por suas teorias sobre a pós-História e as imagens técnicas. Em diversos pontos do seu estudo, Flusser é considerado um visionário. Ainda na década de 1990, o filósofo parecia antever muitas teorias que hoje são estudadas sobre a comunicação, a imagem e a escrita. Ainda que autodidata, Flusser se fez reconhecer no meio intelectual da época, em São Paulo, onde morou no Brasil. Na década de 1970, inconformado com o período ditatorial, Flusser retorna à Europa, onde sua obra ganhou maior divulgação.

Quanto ao Brasil, sua valorização tem se dado de forma relativamente recente e ainda pouco expressiva, se comparada ao seu reconhecimento no exterior. Apesar de Flusser ter feito algumas traduções de sua obra ao mesmo tempo em que a escrevia, alguns de seus livros ainda não foram traduzidos para o português, o que dificulta o conhecimento de suas teorias em solo brasileiro. No sentido de resgatar as relações de Flusser com o Brasil, sucessivas tentativas vêm sendo feitas, principalmente através de congressos e de encontros científicos, como o Simpósio ReVer Flusser, promovido pelo Centro Interdisciplinar de Semiótica da Cultura, em 2008, no Sesc Santana em São Paulo; o Simpósio Internacional a Filosofia da Ficção de Vilém Flusser, ocorrido agosto do ano passado na UERJ, e o Congresso Internacional Imagem, Imaginação, Fantasia, que aconteceu entre 18 e 21 de outubro de 2011. Além dos eventos, algumas de suas obras até então inéditas estão sendo publicadas ou republicadas por editoras nacionais.